terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Breve reflexão sobre 2014. E que 2015 seja melhor...

Escola nova, com novas rotinas, novos colegas, novos alunos, novos procedimentos, mas a continuação de muito trabalho e de longas viagens. É isto, de forma muito sintética, aquilo que posso dizer deste primeiro período de aulas que chegou ao fim. 
Este foi um primeiro período de aulas longo e duro. Umas longas catorze semanas de aulas numa escola localizada num concelho muito pobre, onde abundam muitos casos de famílias sujeitas a graves problemas sociais como o desemprego, a emigração, o alcoolismo, a violência doméstica, entre outros. E, a acrescentar, aos problemas sociais que todos os dias têm de ser enfrentados na sala de aula com alunos a quem a escola pouco diz ao nível do estudo, há ainda o cansaço inerente a mais de duas horas diárias passadas na estrada para ir trabalhar e regressar ao aconchego da família. Felizmente que houve boleias para partilhar e paisagens magníficas para admirar...
Entretanto, e em termos gerais, continuou-se a assistir a um declínio generalizado da exigência e dos resultados escolares dos alunos, bem evidenciados no cada vez mais desigual comportamento das escolas públicas e privadas relativamente aos resultados obtidos nos exames nacionais. Se o contraste litoral-interior era já algo que se conhecia, os contrastes entre escolas privadas e escolas públicas agudiza-se. Por outro lado, pouco se sabe sobre os reais efeitos que os ensinos profissional e vocacional leccionados nas escolas públicas têm nos jovens que pretendem começar a sua vida laboral. E, o que dizer do processo de colocação de professores deste ano que finda? Mau demais para ser verdade... Entretanto, parece cada vez mais claro que a crise financeira que há vários anos assola o país está a ter consequências nefastas nas nossas escolas. Já não bastava o desânimo que tomou conta da classe docente! É que todos os dias somos confrontados, nas nossas escolas, com a falta de vontade de muitos dos alunos em aprender, situação que é agravada pelo facto de muitas famílias estarem separadas (o problema de emigração) ou a viverem com graves dificuldades (o problema do desemprego). E o que esperar dos filhos destas famílias? Coisas boas é que não...
Enfim, pelo menos (ainda) temos direito a uns dias de pausa lectiva para descansar e "recarregar" baterias para os segundo e terceiro períodos de aulas que se seguem. No segundo período de aulas irá, certamente, começar-se a falar em novos concursos de professores. A ver vamos se será, finalmente, este o primeiro ano, desde há muitos, em que não iremos assistir a trapalhadas, confusões e injustiças nas colocações. Ainda não será desta que os cortes na Educação irão cessar (o OE 2015 é, novamente, prova disso), pelo que se espera uma nova redução do número de colocações (nos últimos seis anos, o número de docentes reduziu-se em mais de 30 mil!!!). Entretanto, enquanto o crescimento económico não chega de forma sustentada, os problemas das famílias portuguesas (as que são confrontadas com o desemprego, a emigração e a crise) continuarão a ter reflexo nas nossas escolas, com muitos alunos sem ambições, sem perspectivas, sem objectivos e aos quais se torna cada vez mais difícil "resgatá-los" para a primeira finalidade da escola: a aquisição de conhecimentos.
Para todos os que aqui costumam vir dar uma espreitadela votos de que 2015 seja um ano de boas concretizações...     

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande porcaria a pantominice deste gajo. Só quem não o veja a fazer vénias.